A mãe conta que nem sempre foi assim. "Quando ela começou na percussão, eles têm muita sensibilidade com o som, eles não aguentam o som muito alto. Ela aprendeu a lidar com isso, ajudou até em outras áreas, na escola também. A música ajudou em muita coisa na vida dela", explica Gilsi Garcia.
Ela é uma dos três alunos com autismo do Projeto Guri. Aluna da Associação Amigos dos Autistas de Sorocaba (Amas), a menina frequenta o projeto de música há dois anos. O bom exemplo de Melissa encorajou Pedro. Hoje, ele consegue tocar a música preferida no clarinete. O menino de 11 anos, diagnosticado com autismo severo aos 3, encontrou na música a esperança da socialização. Aluno de clarinete há 7 meses, o garoto demonstra muita disciplina durante as aulas. "No dia de uma apresentação eu disse para ele ficar observando eu tocar e daí você tenta repetir. E ele visualmente conseguiu tocar a música inteirinha e a apresentação foi um sucesso", lembra Flávio Batista de Souza Júnior, professor.
Diante de tanto sucesso nos casos de Melissa e Pedro, o projeto resolveu fazer uma parceria com a Associação Amigos dos Autistas de Sorocaba. Agora, professores de música vão receber treinamento de psicólogos e psicoterapeutas para aprender a ensinar esses alunos. "A gente vai contar um pouco pra eles o que é o autismo, os principais sintomas, as características, o que é próprio de cada criança e vai ensinar eles a lidarem, principalmente, com o comportamento, que é o que mais tem dificuldade", explica a psicóloga Beatriz Azevedo Moraes.
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